TERCEIRA SEMANA por IARA KIMI

Terceira semana de outubro em São Paulo faz 35 graus, um calor inexplicável ou facilmente explicável como "inferno". Minha cabeça está incrivelmente lotada de duvidas, é como se tudo na minha vida agora tivesse claramente dois caminhos, perdi a certeza das coisas, duvidei até da minha real capacidade de escrever algo para essa coluna, mas acredito no poder da escrita então assim seja, vamos falar das nossas confusões internas. Todos nos temos confusões que são pensamentos camicases e infelizmente gostamos de esconder, o planeta é confuso se pararmos para analisar, mas esperas não vão demonstrar esconde logo isso, a sociedade cobra de nos a segurança de sermos humanos maduros, acredito que isso é uma grande bobagem, eu acredito na evolução, nas transformações e que nada é por caso. Ser confuso é transição de etapas, ter medo é natural, como é que eu vou saber que naquele caminho que eu nunca passei não vai ter um monstro que vai partir minha alma e comer meus ossos? É mais seguro ficar no conforto de um caminho que eu sei andar e sei cuidar dos monstros, mas será que ficar confortável vai me fazer evoluir? E as histórias novas para contar para meus futuros netos cadê? Não vou ter? É minha gente o negócio é se arriscar sangrar por caminhos para achar uma parte da sua força, cortar finos fios que nos entrelaçam para ir para lugares mais longes, ser verdadeiro consigo mesmo, aceitar sua confusão e saber parar as bagunças da sua mente, dizem que tudo um dia passa, Deus nos permitiu o poder da cicatrização, um negócio que demora, mas funciona um dia, dizem que sempre estamos em algum processo de cicatrizações, a gente curti uma ferida, fazer um drama e não aceitar certas coisas, é difícil ser maduro eu sei como é, eu vivo fingindo que nada me machuca, mas na realidade estou rezando sempre por feridas ainda abertas. Cada um sabe do seu coração e seu tempo de mudar as coisas, eu estou confusa e não estou com paciência de negar minha realidade, estou me dando um tempo, experimentando roupas novas e amores novos, ás vezes temos que aceitar que aquela camiseta favorita não nos serve mais e hora de procurar outra, com amor é quase à mesma coisa, também com emprego, amizades e estudos, a gente muda de diversas formas e sem nem perceber, é engraçado, mas é assim que funciona. Joguei fora a camiseta e agora tenho que entender que ela está melhor em outra pessoa e que com certeza minha camiseta nova está chegando. É confuso eu sei, mas a fé ajuda aliviar e sabe existe dores maiores e finais piores, mas veja o lado bom, você pode estar começando algo novo agora e nem percebeu, coisas da vida confusa que temos.